Brasil é destaque em finanças sustentáveis nos mercados emergentes
O Brasil é destaque, mais uma vez, no Relatório de Progresso Global 2025, realizado pelo Sustainable Banking and Finance Network (SBFN), iniciativa facilitada pela IFC que acompanha os avanços em finanças sustentáveis em 72 mercados emergentes e economias em desenvolvimento. No estudo, o Brasil avançou uma subetapa no “Pilar 3 – Finanças Sustentáveis”, que avalia os esforços regulatórios e voluntários do setor financeiro para promover o direcionamento de capitais para objetivos climáticos, sociais, de economia verde e de sustentabilidade
Relatório elaborado pela Sustainable Banking and Finance Network (SBFN) acompanha o estágio das finanças sustentáveis em economias em desenvolvimento
O Brasil é destaque, mais uma vez, no Relatório de Progresso Global 2025, realizado pelo Sustainable Banking and Finance Network (SBFN), iniciativa facilitada pela IFC que acompanha os avanços em finanças sustentáveis em 72 mercados emergentes e economias em desenvolvimento.
No estudo, o Brasil avançou uma subetapa no “Pilar 3 – Finanças Sustentáveis”, que avalia os esforços regulatórios e voluntários do setor financeiro para promover o direcionamento de capitais para objetivos climáticos, sociais, de economia verde e de sustentabilidade. Especificamente, esse pilar observa o progresso nacional e regional no desenvolvimento e implementação de diretrizes de finanças sustentáveis, taxonomias, ferramentas de monitoramento e incentivos relacionados a esses objetivos.
A Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) é mencionada no relatório, com destaque ao esforço interministerial e multissetorial liderado pelo Ministério da Fazenda que envolveu 38 órgãos governamentais, 46 consultores, 18 organizações da sociedade civil e 2 organizações internacionais, além do Banco Central do Brasil, que desempenhou papel fundamental, reforçando seu compromisso com a estabilidade financeira e a transição para uma economia de baixo carbono. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também é citada, por sua contribuição com conhecimento técnico adquirido no desenvolvimento de sua própria Taxonomia Verde.
A Taxonomia Sustentável Brasileira incorpora inovações importantes, como a ampliação de escopo para indústrias extrativas e a inclusão de objetivos sociais, como a equidade social e novas ferramentas, incluindo um caderno metodológico e requisitos mínimos e obrigatórios que as empresas devem cumprir para serem elegíveis para a taxonomia. A implementação será realizada de forma escalonada, começando por grandes empresas listadas e instituições financeiras, sendo que o processo inclusivo garante legitimidade e ampla aplicabilidade entre os setores.
Outro destaque do Brasil no relatório foi o lançamento do Arcabouço Brasileiro Para Títulos Soberanos Sustentáveis, documento de referência para a emissão de títulos de dívida soberana com uso de recursos lastreados em despesas orçamentárias que contribuam diretamente para a promoção do desenvolvimento sustentável do país.
Em sua estreia, em novembro de 2023, o país lançou um título soberano sustentável de US$ 2 bi, com vencimento em sete anos, cujos recursos foram destinados ao financiamento de ações climáticas e desenvolvimento do BNDES a taxas favorecidas. A segunda emissão de título sustentável do Tesouro Nacional aconteceu no segundo semestre de 2025 e atraiu interesse significativo de investidores, com um ápice de 219 ordens no livro de ofertas.
Com isso, o país se destaca na América Latina, sendo um dos principais emissores, ao lado de México e Chile, com o Tesouro Nacional atuando como referência para empresas. A iniciativa reafirma o compromisso do Brasil com políticas sustentáveis, se alinhando ao crescente interesse de investidores não residentes e com a expansão do mercado de títulos temáticos no mundo.
“Os bancos brasileiros construíram uma jornada de pioneirismo em práticas socioambientais e climáticas. Adotaram Políticas de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática, avançaram em mecanismos de autorregulação, comprometem-se, de maneira voluntária, a seguir padrões ainda mais elevados de conduta e participam de soluções inovadoras que promovem a transição para um mundo mais sustentável”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban. “Esses compromissos se refletem em diversas ações realizadas em 2025, que endereçam desafios para que o setor possa ampliar ainda mais a sua contribuição para a agenda climática”, completa.
O relatório também inclui pela primeira vez indicadores do setor de “no banking” sobre seguros e mercado de capitais. Os dados do Brasil foram consolidados na página do SBFN na internet.
Apesar dos desafios, o mercado global de finanças sustentáveis continua em expansão. Segundo o Relatório de Progresso Global 2025, os países membros da SBFN emitiram coletivamente US$ 790,5 bilhões em títulos temáticos, representando 94% de toda a emissão de mercados emergentes.
Desde o último relatório em 2023, os membros da SBFN introduziram 145 novas diretrizes de finanças sustentáveis, fortalecendo os critérios ESG, incluindo a gestão de riscos relacionados ao clima e à natureza, além de incentivar oportunidades em finanças sustentáveis. Importante destacar que os mercados emergentes avançaram na harmonização de políticas e orientações com padrões e melhores práticas internacionais, criando ambientes regulatórios previsíveis para catalisar investimentos domésticos e internacionais.
O relatório destaca os principais obstáculos para o avanço da agenda de finanças sustentáveis em mercados emergentes, incluindo a necessidade crítica de ampliar o financiamento para adaptação, aprimorar as capacidades das instituições financeiras e melhorar a disponibilidade e qualidade de dados confiáveis e comparáveis.
Todas as informações do relatório, que está em inglês, podem ser acessadas neste link.
Febraban - Federação Brasileira de Bancos
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