Carteira de crédito deve avançar 0,7% em junho, mas resultado anual desacelera de 11,8% para 10,9%
O saldo total da carteira de crédito deve crescer 0,7% em junho, fazendo com que o ritmo de expansão anual da carteira desacelere de 11,8% para 10,9%. A Pesquisa Especial de Crédito da Febraban mostra que essa redução de ritmo se deve ao fraco desempenho do crédito livre às empresas, que deve avançar apenas 0,2% no mês, bem abaixo do registrado em junho de 2024, quando houve aumento de 3,4%
Devido ao IOF, ritmo de expansão anual da carteira livre para pessoas jurídicas, em junho, deve mostrar uma desaceleração significativa, passando de 8,5% para 5,1%; já crédito direcionado para empresas mantém patamar anual elevado, de 15,2%
O saldo total da carteira de crédito deve crescer 0,7% em junho, fazendo com que o ritmo de expansão anual da carteira desacelere de 11,8% para 10,9%. A Pesquisa Especial de Crédito da Febraban mostra que essa redução de ritmo se deve ao fraco desempenho do crédito livre às empresas, que deve avançar apenas 0,2% no mês, bem abaixo do registrado em junho de 2024, quando houve aumento de 3,4%.
“Tradicionalmente, o mês de junho apresenta uma sazonalidade positiva nas linhas de desconto de recebíveis, mas parte desse movimento foi antecipada para maio devido às mudanças previstas no IOF sobre operações de risco sacado, que vigorariam a partir de 1º de junho. O que se verifica é que as empresas recorreram a essas linhas antes da alteração, deixando um efeito base elevado em maio e resultando em um número mais fraco para junho”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“Ao mesmo tempo, a sinalização de alterações no IOF parece também ter reduzido o interesse por essa linha, dado que seu custo subiria consideravelmente. Como consequência, o ritmo de expansão anual da carteira livre para pessoas jurídicas, em junho de 2025 ante 2024, deve mostrar uma desaceleração significativa, passando de 8,5% para 5,1%, explicando quase que integralmente a desaceleração da carteira total”, completa o diretor.
A pesquisa é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central. As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país. O Banco Central divulgará a Nota no próximo dia 28 de julho.
Em outra direção, impulsionado pelos programas públicos, o crédito direcionado para empresas deve crescer 1,1% no mês, mantendo o ritmo de expansão anual da carteira em um patamar bastante elevado, em 15,2% (ante 15,3%).
No crédito às famílias, a carteira Livre deve avançar 1,0%, mantendo o ritmo de expansão anual praticamente estável, em 12,9% (ante 12,8%), e em forte patamar. Já a carteira PF Direcionada (+0,5%) deve seguir sustentada pelos financiamentos imobiliários, mas com novos sinais de acomodação no ritmo de crescimento, recuando de 11,8% para 11,4%.
Concessões
As concessões de crédito devem apresentar alta mensal de 4,6% em junho. Ajustando pelo número de dias úteis, o resultado representa uma ligeira expansão de 0,2% na margem. A relativa estabilidade no mês (com ajuste de dias úteis) deve refletir o maior volume destinado às famílias (+2,6%), compensada pela retração das operações destinadas às empresas (-2,6%).
Na comparação com junho de 2024, que elimina efeitos sazonais, o resultado indica uma alta de apenas 2,3%, número bem mais fraco do que o avanço observado nos últimos meses, na casa de dois dígitos. No acumulado em 12 meses, o ritmo de crescimento das concessões deve desacelerar de 14,1% para 13,2%, reforçando os sinais de acomodação do crédito no período.
No geral, os dados do estoque de crédito de junho, de acordo com a pesquisa, sinalizam uma desaceleração mais perceptível no ritmo de expansão do crédito. Essa perda de fôlego, contudo, foi puxada principalmente pelas operações para as empresas, que se anteciparam às mudanças no IOF sobre operações de risco sacado, além de uma aparente queda da demanda, provavelmente também em função da medida.
Por outro lado, as operações com recursos direcionados para as empresas seguem robustas, sustentadas pelos programas públicos, suprindo parte relevante da demanda por crédito das empresas. Já o crédito às famílias segue demonstrando resiliência, mantendo-se em ritmo elevado de expansão, sustentado pelo mercado de trabalho aquecido.
“Assim, embora se espere uma desaceleração mais ampla do crédito em função da política monetária restritiva, o dado de junho parece refletir, sobretudo, o efeito associado à alteração do IOF. Será necessário acompanhar os próximos meses para confirmar se a desaceleração observada se mantém como tendência e em qual magnitude”, em especial agora que, exceto em relação ao risco sacado, a elevação do IOF foi ratificada pelo STF, completa Sardenberg.
A íntegra da Pesquisa Especial de Crédito pode ser acessada neste link.
FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos
Diretoria de Comunicação