Maioria dos bancos aprova decisão do Copom de pausar alta da Selic (76,2%)
As projeções para a inflação em 2025 seguem elevadas, mas já há sinais de percepção de alguma melhora no cenário inflacionário de curto prazo, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O resultado do levantamento, feito com 21 bancos entre 25 e 30 de junho, mostra que se reduziu de 77,3% para 71,4% aqueles que esperam que o IPCA fique entre 5,0% e 5,5%. Enquanto isso, os demais entrevistados (28,6%) esperam uma inflação abaixo de 5,0% no final do ano, e não acima, como no levantamento de maio
Maioria dos bancos aprova decisão do Copom de pausar alta da Selic (76,2%) e acredita que ciclo de queda se inicia em janeiro de 2026 (61,9%)
Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas mostra ainda que projeção de crescimento do crédito total em 2025 foi revista para 8,7%, com destaque para recursos direcionados às empresas
As projeções para a inflação em 2025 seguem elevadas, mas já há sinais de percepção de alguma melhora no cenário inflacionário de curto prazo, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O resultado do levantamento, feito com 21 bancos entre 25 e 30 de junho, mostra que se reduziu de 77,3% para 71,4% aqueles que esperam que o IPCA fique entre 5,0% e 5,5%. Enquanto isso, os demais entrevistados (28,6%) esperam uma inflação abaixo de 5,0% no final do ano, e não acima, como no levantamento de maio.
Ao mesmo tempo, a maior parte dos analistas consultados (61,9%) espera que o início do ciclo de flexibilização monetária comece no primeiro trimestre de 2026, na medida em que as projeções de inflação do Banco Central se aproximarem de 3,0% no horizonte relevante da política monetária. Dessa forma, a mediana captada pela Pesquisa projeta manutenção da taxa Selic em 15,00% ao ano até o fim de 2025, com uma redução de 0,25 pp, para 14,75% aa, na 1ª reunião de 2026.
A pesquisa, realizada sempre após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), aponta ainda que o crédito deverá crescer 8,7% em 2025, pouco acima dos 8,5% do levantamento anterior. Esse resultado mostra certa estabilidade ante as estimativas anteriores e mantém a perspectiva de alguma desaceleração do crescimento do crédito ao longo deste ano, considerando que, segundo o BC, a alta anual registrada em maio foi de 11,8%.
A revisão mais relevante no comportamento do crédito ocorreu no crédito para pessoas jurídicas (PJ) com recursos direcionados, cuja expansão projetada passou de 9,1% para 10,1%. Isso reflete especialmente o efeito dos programas públicos de crédito (PEAC-FGI, , que levaram a uma alta relevante da carteira no primeiro semestre. No crédito direcionado para pessoas físicas (PF), a expansão esperada também teve leve crescimento, para 9,1% (ante 8,9%). Com isso, a projeção de alta da carteira de crédito direcionado ficou em 9,3% (ante 9,1%).
Já a expectativa de crescimento da carteira com recursos livres atingiu 8,2% (ante 8,1%), puxada pela expectativa de expansão do crédito destinado às famílias (9,5%, ante 9,1%). Os recursos destinados às pessoas físicas têm mostrado resiliência em um cenário marcado pelo mercado de trabalho ainda aquecido. A alta foi parcialmente compensada por uma queda no desempenho esperado para o crédito livre destinado às empresas (6,1%, ante 6,4%), que tem apresentado menor dinamismo, diante da concorrência enfrentada com as operações direcionadas e o mercado de capitais.
“A pesquisa aponta que os bancos estão reajustando ligeiramente para cima as projeções de crescimento do crédito neste ano, diante do bom desempenho registrado pelo segmento neste primeiro semestre. A revisão foi mais intensa na Carteira PJ com recursos direcionados, onde tivemos números bastante fortes neste início de ano”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“De todo modo, ainda se espera alguma desaceleração do crédito no 2º semestre, diante do grau bastante restritivo em que política monetária se encontra, que tende a afetar com mais intensidade a carteira com recursos livres.”, complementa Sardenberg.
Inadimplência
A trajetória da taxa de inadimplência se mantém como um ponto de atenção. A projeção do indicador para a carteira com recursos livres atingiu 5,0% (ante 4,7% na pesquisa anterior), praticamente o mesmo patamar estimado para 2026 (4,9%). Em maio, o Banco Central reportou que a inadimplência da carteira livre foi de 4,9%, indicando a expectativa de alguma estabilidade a partir de então.
Crédito 2026
A pesquisa também captou alta na expansão projetada para o crédito em 2026, que passou de 7,6% para 7,9%. Na comparação com a pesquisa anterior, a revisão positiva foi observada tanto na carteira livre (de 7,1% para 7,5%), como direcionada (de 8,5% para 8,7%).
Selic
A grande maioria dos entrevistados (76,2%) avaliou como adequada a decisão do Copom de pausar o ciclo de alta da Selic, após alta de 0,25 pp na última reunião. O restante (23,8%) entende que a elevação da taxa poderia ter sido evitada.
PIB
As projeções permanecem divididas. Para 42,9%, o PIB deve crescer em torno de 2,2% no ano, em linha com o consenso atual. Os demais se dividem igualmente (28,6%) entre os que esperam um desempenho superior ou inferior ao consenso, indicando ausência de um viés claro nas atuais projeções de PIB do mercado.
EUA
Quanto à política monetária dos EUA, 52,4% dos participantes acreditam que o Fed deve realizar dois cortes de 0,25 pp até o fim de 2025, em resposta à desaceleração da atividade. Para 38,1%, o Fed deve realizar apenas um corte desta mesma magnitude no ano.
A íntegra da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas pode ser acessada neste link.
Febraban - Federação Brasileira de Bancos
Diretoria de Comunicação
imprensa@febraban.org.br