Carteira de crédito deve avançar 0,5% em maio, com recursos voltados às empresas como destaque
O saldo total da carteira de crédito deve crescer 0,5% em maio. Com o resultado, o ritmo de expansão anual da carteira deve mostrar ligeiro recuo, de 11,5% para 11,4%, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. O destaque do mês deverá ser o crédito às empresas, com avanço de 0,7%, com a carteira acelerando de 10,2% para 10,6% em 12 meses, contribuindo para a relativa manutenção do ritmo de expansão da carteira total
Pesquisa Especial de Crédito da Febraban mostra que decreto do IOF já teria produzido alguns efeitos nas linhas de antecipação, nas operações de desconto de recebíveis e acomodação nas contratações de capital de giro
O saldo total da carteira de crédito deve crescer 0,5% em maio. Com o resultado, o ritmo de expansão anual da carteira deve mostrar ligeiro recuo, de 11,5% para 11,4%, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. O destaque do mês deverá ser o crédito às empresas, com avanço de 0,7%, com a carteira acelerando de 10,2% para 10,6% em 12 meses, contribuindo para a relativa manutenção do ritmo de expansão da carteira total.
A pesquisa é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central. As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país. O Banco Central divulgará a Nota no próximo dia 27 de junho.
De acordo com a pesquisa, a carteira Pessoa Jurídica Livre deve avançar 0,5% em maio, com o desempenho influenciado principalmente pelas operações de descontos de recebíveis, refletindo um possível movimento de antecipação por parte das empresas diante das sinalizações de mudanças no IOF sobre operações de risco sacado, com efeitos a partir de 1º de junho.
Neste contexto, também se observou algum enfraquecimento nas contratações de capital de giro, estas já penalizadas pelo aumento do IOF no fim de maio. Em 12 meses, a carteira de recursos livres Pessoa Jurídica deve passar de 7,6% para 8,2%.
Já o crédito Pessoa Jurídica Direcionado deve seguir com intenso crescimento, estimado em 1,1%, ainda impulsionado pelos programas públicos, como o PEAC-FGI, mantendo o ritmo de expansão anual da carteira estável em um patamar bastante elevado, de 14,8%.
No caso do crédito voltado às famílias, a expectativa é de alta de 0,4% em maio. A carteira Pessoa Física Livre deve avançar 0,5%, ainda sem sinalizar uma mudança significativa na dinâmica do crédito pessoal, com aparente impacto limitado da nova linha de crédito consignado privado, mas mantendo um ritmo robusto de expansão anual, em 12,1% (ante 12,5%).
Na carteira Pessoa Física Direcionada, a alta deve ser de 0,3%, sustentada pelos financiamentos imobiliários, com alguma acomodação no ritmo de crescimento, que deve recuar de 12,2% para 11,8%.
“Os dados de maio sinalizaram um cenário de relativa estabilidade no ritmo de crescimento do crédito, que continua avançando em um patamar robusto, sustentado principalmente pelas operações com recursos direcionados, ainda fortemente impulsionadas pelos programas públicos”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“Um ponto que chamou atenção foi o comportamento das contratações de crédito Pessoa Jurídica diante das alterações no IOF. Observamos um possível movimento de antecipação nas operações de desconto de recebíveis, em resposta às sinalizações de mudança no IOF sobre o risco sacado, com efeito a partir de junho. Por outro lado, notamos alguma acomodação nas contratações de capital de giro, também influenciadas pela elevação do IOF no fim de maio. Ainda é cedo para mensurar o impacto total dessas medidas, mas os efeitos devem seguir no nosso radar nos próximos meses, caso não haja alguma alteração na tramitação da MP no Congresso”, completa o diretor.
Concessões
De acordo com a pesquisa, as concessões de crédito devem apresentar expansão mensal de 0,8% em maio. No ajuste pelo número de dias úteis, o resultado representa uma retração de 4,0% na margem.
O recuo do mês (com ajuste de dias úteis) deve ser disseminado entre os recursos e segmentos, com destaque para as concessões com recursos direcionados às empresas — que devem apresentar a maior queda, refletindo a elevada base de comparação dos programas públicos.
Na comparação com maio de 2024, que elimina os efeitos sazonais e de dias úteis, o volume concedido deve crescer 12,2%, ainda sinalizando um expressivo ritmo de expansão. No acumulado em 12 meses, o crescimento deve se manter estável em 14,2%, reforçando as indicações de resiliência das concessões, fato que tem ajudado a sustentar a atual trajetória de crescimento do saldo.
A íntegra da Pesquisa Especial de Crédito pode ser acessada neste link.
FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos
Diretoria de Comunicação