Estimativas para a inflação seguem altas; bancos acreditam em encerramento de ciclo da Selic
O crédito deverá crescer 8,5% em 2025, com destaque para os recursos voltados às famílias, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O resultado do levantamento, feito com 22 bancos entre 14 e 19 de maio, mostrou certa estabilidade ante os 8,6% projetados na pesquisa de março, mantendo a perspectiva de alguma desaceleração do crescimento do crédito ao longo do ano
Estimativas para a inflação seguem altas, mas maioria dos bancos acredita que Copom sinalizou encerramento do ciclo
Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas mostra ainda que projeção de crescimento do crédito total em 2025 fica em 8,5%, com destaque para recursos às famílias
O crédito deverá crescer 8,5% em 2025, com destaque para os recursos voltados às famílias, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O resultado do levantamento, feito com 22 bancos entre 14 e 19 de maio, mostrou certa estabilidade ante os 8,6% projetados na pesquisa de março, mantendo a perspectiva de alguma desaceleração do crescimento do crédito ao longo do ano.
A atual edição da pesquisa mostra que a expectativa de crescimento da carteira com recursos livres atingiu 8,1% (ante 8,2%), puxada pela redução na expectativa de crescimento do crédito destinado às empresas (6,4%, ante 7,2%), parcialmente compensada por um leve aumento na expectativa do crédito destinado às famílias (9,1%, ante 9,0%).
Já a projeção de alta da carteira de crédito direcionada também permaneceu praticamente estável, em 9,1% (ante 9,0%). Assim como no caso dos recursos livres, houve revisão para baixo no crédito Pessoa Jurídica (de 9,3% para 9,1%) e leve alta no crédito Pessoa Física (de 8,8% para 8,9%).
Quanto ao crédito destinado às famílias, pouco mais da metade (55,0%) dos analistas consultados espera um crescimento próximo a dois dígitos (ou um dígito alto) ao longo do ano. O patamar é levemente superior ao observado na pesquisa de março (50%), também sugerindo alguma melhora nas expectativas quanto ao desempenho do crédito às famílias em 2025.
“No geral, apesar do aumento relevante da incerteza no cenário internacional e a continuidade do ciclo de elevação da taxa Selic desde a realização da última pesquisa, as revisões para o crescimento do crédito foram bastante marginais”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“A percepção é que o crédito, assim como a atividade, ainda que mostrem alguma desaceleração ao longo do ano, devem seguir com expansão interessante em 2025, especialmente no caso das famílias, beneficiadas pelo mercado de trabalho aquecido, contínuo crescimento dos benefícios sociais, além do lançamento do programa Crédito ao Trabalhador”, complementa Sardenberg.
A trajetória da taxa de inadimplência segue como um ponto de atenção. A projeção do indicador para a carteira com recursos livres permaneceu em 4,7%, mesmo patamar estimado para 2026 e acima do reportado pelo Banco Central para o mês de março (4,4%).
Já em relação à expansão projetada para o crédito em 2026, a estimativa esperada é de 7,6%, ligeiramente abaixo do resultado da pesquisa de março (7,8%). Na comparação com a pesquisa anterior, houve revisão para baixo do crédito livre, de 7,3% para 7,1%, enquanto a projeção para a expansão da carteira direcionada subiu para 8,5% (ante 8,3%).
Selic
De acordo com a Pesquisa de Economia Bancária, a maioria dos entrevistados (68,2%) entendeu que o Copom sinalizou a intenção de encerrar o ciclo de alta da taxa Selic, mas dados de atividade e inflação adversos ainda podem levar a uma nova elevação dos juros na próxima reunião. Assim, a mediana captada pela pesquisa projeta manutenção da taxa Selic em 14,75% ao ano até o fim de 2025, ante expectativa que chegasse a 15% ao ano na pesquisa anterior.
PIB
Em relação ao crescimento da economia, os participantes ficaram divididos (grupos de 45,5%) entre os que ainda aguardam uma expansão do PIB próxima a 2,0% em 2025 e aqueles que já preveem uma alta superior a 2,0%. Na pesquisa realizada em março, o otimismo era menor quanto ao desempenho da atividade no ano.
Inflação
De acordo com a pesquisa, as projeções para a inflação em 2025 seguem elevadas e sem sinais de melhora, com a grande maioria dos participantes (77,3%) esperando que o IPCA fique entre 5,0% e 5,5%, enquanto o restante (22,7%) projeta o indicador mais próximo a 6,0%.
EUA
Nos Estados Unidos, apesar das incertezas causadas pela política comercial da administração Trump, 81,8% dos analistas esperam uma desaceleração gradual da atividade, sem um risco real de recessão. Neste sentido, há quase uma unanimidade (90,9%) entre os participantes consultados de que o Fed deve promover apenas 1 ou 2 cortes de 0,25 ponto percentual nos juros ao longo do ano.
A íntegra da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas pode ser acessada neste link.
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