Nota do presidente da Febraban sobre o PIB do 3º trimestre

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O crescimento de 0,9% do PIB neste 3º trimestre reforçou os sinais de maior solidez da atividade econômica neste ano, inclusive com resultado um pouco acima do esperado e expansão acumulada de 3,3% no ano. Assim, o país caminha para fechar o ano com crescimento próximo a 3,5% em 2024, novamente bem acima das expectativas iniciais. A expansão da atividade até o 3º trimestre, uma vez mais, foi liderada pela demanda doméstica, ainda em função do processo de queda dos juros no 1º semestre e dos estímulos fiscais, além do bom dinamismo do mercado de trabalho e do crescimento do crédito ao ritmo de 2 dígitos

O crescimento de 0,9% do PIB neste 3º trimestre reforçou os sinais de maior solidez da atividade econômica neste ano, inclusive com resultado um pouco acima do esperado e expansão acumulada de 3,3% no ano. Assim, o país caminha para fechar o ano com crescimento próximo a 3,5% em 2024, novamente bem acima das expectativas iniciais.

A expansão da atividade até o 3º trimestre, uma vez mais, foi liderada pela demanda doméstica, ainda em função do processo de queda dos juros no 1º semestre e dos estímulos fiscais, além do bom dinamismo do mercado de trabalho e do crescimento do crédito ao ritmo de 2 dígitos.

Outro fator importante que contribuiu para o último PIB trimestral foram os investimentos, que mostram recuperação ao longo do ano. Com isso, a relação investimentos/PIB também segue em trajetória de alta.

Mas temos de perseverar na atração de investimentos em patamares ainda maiores para garantir de forma sustentável um bom ritmo crescimento econômico, sem gerar pressões inflacionárias. Outra variável relevante na expansão do PIB foi o consumo das famílias.

Sob a ótica da oferta, temos visto um bom dinamismo do setor de serviços e da indústria, reagindo positivamente à demanda pujante. A indústria cresceu liderada pelo setor de transformação, especialmente pelas atividades mais cíclicas, como segmentos de bens de capital e bens duráveis. Já os serviços cresceram com avanço disseminado em todas as atividades, com destaque para serviços de informação e “outros serviços” beneficiados pelo aumento da receita das empresas e da renda das famílias.

No geral, as notícias do lado da atividade têm sido bastante positivas. Porém, é necessário começar a olhar para 2025 com mais atenção. A demanda privada doméstica tem crescido a um ritmo muito intenso, com alta acumulada em torno de 5,5% no ano. Com isso, temos visto o aumento das pressões inflacionárias (com números críticos em alguns segmentos no atacado, especialmente na parte de alimentos).

Além disso, o país precisa continuar ambicionando um plano crível e consistente de contenção dos gastos públicos. E precisamos criar as condições para que o Banco Central não precise, por tempo indefinido, aumentar os juros para nível ainda mais elevado, o que poderia inibir esse processo de crescimento econômico e de retomada dos investimentos. Não podemos desperdiçar outra chance.

 

Isaac Sidney

Presidente

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