Projeção de alta para o crédito em 2024 se consolida na faixa de 10%

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A projeção de crescimento para a carteira de crédito em 2024 registrou relativa estabilidade em novembro, ficando em 10,5% (ante 10,6% na pesquisa de setembro), revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O resultado do levantamento consolida a perspectiva de um avanço na faixa de dois dígitos do crédito no ano, impulsionado pela queda dos juros no 1º semestre, índices de inadimplência mais contidos, aumento da renda das famílias e o lançamento de novos programas de crédito (Programa Acredita, por exemplo)

A projeção de crescimento para a carteira de crédito em 2024 registrou relativa estabilidade em novembro, ficando em 10,5% (ante 10,6% na pesquisa de setembro), revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O resultado do levantamento consolida a perspectiva de um avanço na faixa de dois dígitos do crédito no ano, impulsionado pela queda dos juros no 1º semestre, índices de inadimplência mais contidos, aumento da renda das famílias e o lançamento de novos programas de crédito (Programa Acredita, por exemplo).

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban é realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano. Com este olhar prospectivo, essa pesquisa se diferencia da Pesquisa Especial de Crédito, divulgada mensalmente e que procura antecipar os números do mês anterior que são divulgados na Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central. Nesta edição, o levantamento foi realizado com 17 bancos entre 13 e 19 de novembro.

De acordo com o levantamento, a expansão esperada para a carteira com recursos livres ficou estável em 9,9%. De um lado, houve ligeira revisão positiva na carteira destinada às empresas, com estimativa de expansão de 8,5%, ante 8,2% na pesquisa anterior. Por outro lado, a expectativa de alta da carteira livre para às famílias sofreu modesta revisão para baixo, passando de 11,3% para 11,1%, mas em nível ainda bastante elevado, suportada principalmente pelo mercado de trabalho aquecido.

Na carteira com recursos direcionados houve leve recuo na projeção de crescimento, que passou de 11,9% para 11,7%. A queda foi puxada pelo crédito destinado às empresas (de 12,1% para 10,7%), em meio à reavaliação do alcance dos programas públicos, em especial, os voltados ao Rio Grande do Sul, cujo desempenho parece ter ficado abaixo do esperado. Já a expectativa de expansão do crédito direcionado destinado às famílias voltou a subir, e ficou em 11,9%, ante alta de 11,6% na pesquisa anterior.

Já em relação à estimativa de expansão do crédito para 2025, a pesquisa observou uma nova pequena melhora na projeção; a  expectativa para a carteira total subiu de 9,1% para 9,3%, impulsionada pela melhora na carteira com recursos livres (de 8,9% para 9,2%). Por outro lado, houve redução da expectativa de crescimento da carteira direcionada (de 10,3% para 9,8%).

“O resultado da pesquisa consolida a expectativa de uma expansão do crédito na faixa de dois dígitos neste ano, em um ambiente de atividade econômica e mercado de trabalhos mais aquecidos do que o esperado. Já para 2025, as expectativas podem ser consideradas positivas, com crescimento projetado de um dígito alto, apesar do novo ciclo de aperto monetário. A sensação é que no caso de uma  redução da incerteza fiscal e, consequentemente, uma elevação mais contida da taxa Selic, poderíamos ter uma nova alta do crédito na faixa de dois dígitos no ano que vem”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban. 

Ainda de acordo com a pesquisa, a expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre mostrou ligeira piora para 2024 e 2025. Para ambos os anos, a projeção ficou em 4,5%, acima do observado na pesquisa anterior, de 4,4% e 4,3%, respectivamente. Assim, a expectativa é que a inadimplência da carteira livre fique estável a partir de agora (foi de 4,5% em setembro de 2024, segundo o Banco Central), ante expectativa de continuidade do ciclo de queda.

“Neste sentido, algo que devemos continuar observando com atenção são os índices de inadimplência, especialmente das famílias e das micro, pequenas e médias empresas, diante do novo ciclo de alta dos juros, que pode comprometer este cenário positivo observado no mercado de crédito até o momento”, complementa Sardenberg.

Selic

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban mostrou que pouco mais da metade (58,8%) dos participantes consultados avaliam como moderada a chance de o Copom acelerar o ritmo de alta da taxa Selic (0,75 ponto percentual) em sua próxima reunião. O restante está relativamente dividido entre os que entendem que a chance é alta (23,5%) ou baixa (17,6%).

Sobre a trajetória da Selic, a pesquisa captou dois fatos: a maioria dos entrevistados (52,9%) já prevê que a Selic deve ficar acima de 12,5% ao ano (projeção atual do Focus) no fim do atual ciclo de aperto monetário; mas, por outro lado, uma maioria expressiva (70,6%) acredita que o processo de queda dos juros deve ocorrer  ainda a partir de 2025.

Neste contexto, a expectativa para a taxa Selic voltou a se elevar ante as pesquisas anteriores. Agora, a mediana das expectativas atinge 12,75% ao ano em março de 2025, permanecendo neste patamar ao menos até a metade de 2025.

Dólar

A expectativa para a taxa de câmbio também seguiu em alta, mas com perspectiva de uma leve apreciação do real ao longo do período avaliado, retornando para R$ 5,50 no fim do segundo trimestre do próximo ano.

Inflação

A grande maioria dos entrevistados (88,2%) espera que o IPCA fique em, pelo menos, 4% em 2025, sendo que parcela relevante (47,1%) já projeta que a inflação ficará em nível ainda superior.

Pacote de corte de gastos

Em relação ao tamanho do pacote de cortes de gastos necessário para reduzir os prêmios de risco e reancorar as expectativas, 52,9% apontam que deveria gerar, no mínimo, uma economia de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões no acumulado dos anos de 2025/2026.

FED

Sobre a condução da política monetária pelo FED, grande parte dos analistas (76,5%) projeta que os juros nos EUA fiquem entre 3,50% e 4,0% ao ano no fim de 2025, valor próximo ao precificado pelo mercado atualmente.

A íntegra da pesquisa pode ser acessada neste link.

 

Febraban - Federação Brasileira de Bancos
Diretoria de Comunicação
imprensa@febraban.org.br

 

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