Orçamento menor e aumento de despesas impactam saúde financeira dos brasileiros
A maioria dos brasileiros desceu degraus nas faixas que medem a sua saúde financeira no último ano. Pesquisa que mede o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB) elaborado pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), com apoio técnico do Banco Central (BC), mostrou que a média geral, de 57,2 no final de 2020, caiu 1,2 ponto percentual, passando para 56,0 no início de 2022, o que sugere uma piora na saúde financeira da população. A segunda pesquisa foi realizada entre janeiro e março de 2022 e considerou uma amostra de 4.796 pessoas, das 5 regiões do país, com idade superior a 18 anos e bancarizados. O I-SFB é medido a partir de um questionário que permite calcular uma pontuação que vai de 0 a 100, em uma classificação que vai de “ruim” a “ótima”. Mais de 70 especialistas das áreas bancária, acadêmica, membros do Sistema Financeiro Nacional como o setor cartão de crédito, birôs de crédito, empresas de leasing, especialistas em educação financeira e planejadores financeiros, participaram de sua elaboração. O indicador criado permite um abrangente retrato da saúde financeira da população, alcançando as dimensões de habilidade, comportamento, segurança e liberdade financeira, além de ser totalmente ajustado à nossa realidade socioeconômica.
Segunda rodada da pesquisa que mede o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB) aponta retração de 1,2 ponto na média geral em um ano, que passou de 57,2 em 2020 para 56,0, em 2022
A maioria dos brasileiros desceu degraus nas faixas que medem a sua saúde financeira no último ano. Pesquisa que mede o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB) elaborado pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), com apoio técnico do Banco Central (BC), mostrou que a média geral, de 57,2 no final de 2020, caiu 1,2 ponto percentual, passando para 56,0 no início de 2022, o que sugere uma piora na saúde financeira da população.
A segunda pesquisa foi realizada entre janeiro e março de 2022 e considerou uma amostra de 4.796 pessoas, das 5 regiões do país, com idade superior a 18 anos e bancarizados. O I-SFB é medido a partir de um questionário que permite calcular uma pontuação que vai de 0 a 100, em uma classificação que vai de “ruim” a “ótima”.
Mais de 70 especialistas das áreas bancária, acadêmica, membros do Sistema Financeiro Nacional como o setor cartão de crédito, birôs de crédito, empresas de leasing, especialistas em educação financeira e planejadores financeiros, participaram de sua elaboração.
O indicador criado permite um abrangente retrato da saúde financeira da população, alcançando as dimensões de habilidade, comportamento, segurança e liberdade financeira, além de ser totalmente ajustado à nossa realidade socioeconômica.
As faixas que vivenciam maior bem-estar financeiro (ótima e muito) encolheram em relação à sondagem anterior, segundo o indicador, enquanto as faixas inferiores (baixo, muito baixo e ruim), que vivenciam maior estresse financeiro, aumentaram.
As faixas centrais (boa e ok), que concentram a população que experimenta um equilíbrio financeiro no limite, também recuaram, conforme gráfico abaixo.
Os números mostram um efeito cascata, em que as pessoas “escorregaram” de uma faixa a outra entre a primeira e a segunda medição do I-SFB, e revelam que a saúde financeira do brasileiro está sob pressão.
De acordo com Amaury Oliva, diretor de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações com o Consumidor e Autorregulação da FEBRABAN, o retrato da saúde financeira dos brasileiros em 2022 não traz mudanças significativas em cada uma das faixas, quando comparado ao de 2020. Mas a sobreposição dos resultados mostra menor concentração nas faixas mais altas e aumento nas faixas mais baixas, o que explica o recuo na média geral.
“Os resultados do ISFB em 2022 confirmam a manutenção de concentração da população nas faixas ‘baixa’, ‘muito baixa’ e ‘ruim’, representada por 52,3% da população, contra 48,3% da população em 2020. Mas o resultado atual mostra um recuo nas faixas ‘boa’, ‘muito boa’ e ‘ótima’, que passou de 41,6% da população em 2020 para 39,2% em 2022, assim como na faixa “’ok’, que também passou de 10,1% para 8,1% da população”, ressalta Amaury Oliva.
A análise das variáveis sociodemográficas por nível de saúde financeira e por ISFB médio revelou uma pressão generalizada, sobre todos, e não sobre grupos ou regiões específicos. Esse movimento foi impactado, segundo a pesquisa, pelos desafios crescentes na vida dos brasileiros durante a pandemia, com os eventos como o fim do auxílio emergencial, altas globais da inflação e recuperação desigual da economia, que afetaram a vida e a saúde financeira dos brasileiros.
Saúde Financeira: pressão em todos os recortes
Quando perguntados sobre a frase que melhor descreve a comparação entre a renda total e os gastos na sua casa, 34,2% dos respondentes disseram que o orçamento está mais curto e gastam mais do que ganham, um aumento 5,1 pontos porcentuais em relação a 2020.
Para 31% dos respondentes sobra dinheiro no fim do mês com alguma regularidade (3,9 pontos percentuais menos em relação a 2020).
Para a maioria dos brasileiros (48,6%), porém, existe algum nível de aperto financeiro (aumento de 1,8 pontos percentuais em relação a 2020).
Somente 19,8% dos respondentes dariam conta de uma despesa grande e inesperada (2 pontos percentuais menos em relação a 2020).
A pesquisa também observou aumento do uso de serviços de crédito. Em 2020, cerca de 60% das pessoas usavam produtos de crédito sem finalidade específica. Em 2022, esse patamar subiu para 62,5%.
Outra informação capturada pelos dados é o corte - ou perda - de produtos financeiros, como seguro saúde e seguro de carro.
“O retrato de saúde financeira que emergiu em 2022 mostra que a pressão vem do encurtamento do orçamento, com aumento das despesas em relação às receitas; da menor margem de manobra, com a retração da renda e de reservas financeiras pessoais; e do aumento do peso das despesas, que dificultam o equilíbrio das contas, comem reservas e aumentam a exposição a choques (despesas grandes inesperadas). Por consequência, segundo a pesquisa, mais brasileiros lançaram mão de serviços de crédito para lidar com essa realidade sem fins específicos, como empréstimo pessoal, cheque especial e crédito rotativo do cartão”, explica Amaury Oliva, da FEBRABAN.
Menos opções quanto ao futuro
Os resultados dos questionários aplicados também revelam que o brasileiro continua inseguro com relação ao futuro.
Quando questionados sobre as preocupações com as despesas e compromissos financeiros, para 56,4% dos respondentes as finanças são motivo de estresse na família (redução de 1.9 pontos percentuais em relação a 2020), e para 66,6% a maneira como cuidam das finanças não os permite aproveitar a vida.
Outros 39,4% disseram não ter segurança sobre o seu futuro financeiro (aumento de 3,3 pontos percentuais em relação a 2020).
Quando perguntados “há quanto tempo as preocupações com as despesas e compromissos financeiros são motivo de estresse”, entre os que responderam “Mais ou Menos”, “Muito” ou “Totalmente”, 71% afirmaram que essa situação perdura há mais de 1 ano (em 2020, esse indicador estava em 53%).
“Apesar de o patamar de pessoas em situação de estresse financeiro seguir o mesmo do resultado de 2020 - 3 em cada 10 pessoas -, o contingente é grande para quem o estresse financeiro se estende há mais de 1 ano. De maneira geral, os brasileiros se veem com menor liberdade financeira, ou seja, veem menos opções no presente e perspectivas no futuro em 2022, em relação ao levantamento realizado em 2020”, ressalta o diretor da FEBRABAN.
Mais informações e o acesso à íntegra da pesquisa sobre o I-SFB estão portal I-SFB, da FREBRABAN.
Como melhorar o seu I-SFB?
A FEBRABAN desenvolveu, com apoio técnico do Banco Central (BC), uma plataforma inédita de educação financeira que usa inteligência artificial e o Índice de Saúde Financeira de cada usuário para levar recomendações personalizadas de conteúdo. A plataforma é gamificada, e os usuários acumulam pontos que podem ser trocados por recompensas ofertadas pelos bancos parceiros. Ela é fruto do acordo de cooperação firmado entre o Banco Central e a Febraban e do compromisso das instituições financeiras de levar educação financeira a um número cada vez maior de cidadãos.
A plataforma Meu Bolso em Dia foi desenvolvida para desktop e mobile, e o acesso a ela é gratuito.
FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos
Diretoria de Comunicação