Bancos têm papel fundamental no avanço da inclusão financeira do brasileiro
O percentual de adultos com acesso a serviços financeiros saltou de 85% em 2019 para 96% em 2020, revelou o Relatório de Cidadania Financeira 2021 divulgado pelo Banco Central. Esse avanço expressivo na ampliação do acesso a serviços e na inclusão financeira dos brasileiros foi possível graças aos bilhões de reais investidos pelo setor bancário em tecnologia ao longo das últimas três décadas, que permitiram a grande velocidade da digitalização, potencializada pelo confinamento e distanciamento social na pandemia
Investimentos constantes em tecnologia ao longo de décadas e rede de atendimento em todo o país permitiram aumento da população bancarizada entre 2019 e 2020
O percentual de adultos com acesso a serviços financeiros saltou de 85% em 2019 para 96% em 2020, revelou o Relatório de Cidadania Financeira 2021 divulgado pelo Banco Central. Esse avanço expressivo na ampliação do acesso a serviços e na inclusão financeira dos brasileiros foi possível graças aos bilhões de reais investidos pelo setor bancário em tecnologia ao longo das últimas três décadas, que permitiram a grande velocidade da digitalização, potencializada pelo confinamento e distanciamento social na pandemia.
O setor bancário viabilizou em tempo recorde o pagamento do auxílio emergencial e o acesso a serviços financeiros para 14 milhões de cidadãos que ainda não tinham relacionamento com o sistema financeiro, levando a abertura de milhões de novas contas.
Os bancos se engajaram de forma decisiva para garantir o recebimento do auxílio, por meio dos seus canais remotos ou ainda por intermédio de uma rede de atendimento que se estende por todos os municípios brasileiros. São 18,9 mil agências, 164 mil caixas eletrônicos, 12 mil postos de atendimento e 220 mil correspondentes. Foram adotados horário especial para atendimento de grupos vulneráveis da população e medidas de proteção à saúde dos consumidores e bancários.
“Um dos mais importantes aprendizados que podemos tirar dessa pandemia da Covid-19 foi a necessidade de incrementar a inclusão financeira no Brasil, para dar mais conforto e oportunidade a dezenas de milhões de cidadãos que não tinham acesso a contas bancárias”, diz Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.
Maior capilaridade
A atração da população não bancarizada é preocupação permanente dos bancos. O acesso a serviços financeiros constitui um passo crucial para a inclusão social e para o combate à desigualdade no país. Ao movimentar seus recursos em bancos, as pessoas têm acesso a produtos e serviços que proporcionarão mais conforto, segurança e rentabilidade. Além disso, passam a ter acesso a crédito, disputando recursos a taxas mais em conta e ficam livres da agiotagem.
O crédito e a poupança contribuem para melhorar a gestão financeira e para proporcionar bem-estar às famílias. A bancarização aumenta as possibilidades de negócios do setor financeiro, incentiva a competição e melhora sua produtividade.
Para isso, as instituições financeiras vêm desenvolvendo, ao longo dos últimos anos, diversas formas de ampliar a capilaridade de sua rede de atendimento e, consequentemente, aumentar o alcance de seus serviços e produtos. Caixas eletrônicos, operações bancárias por telefone, correspondentes bancários, além de internet e mobile banking são alguns exemplos dessas iniciativas.
Acesso expressivo ao crédito
O acesso ao crédito foi outro aspecto relevante para a inclusão. A concessão de crédito pelos bancos no primeiro ano da pandemia apresentou volumes e índices históricos. Entre março de 2020 e dezembro de 2020, o sistema financeiro concedeu um total de R$ 3,5 trilhões em recursos para a economia, apresentando um volume médio de R$ 349,7 bilhões por mês, 7,1% superior ao volume médio concedido em 2019, ano sem crise.
Os números são inéditos e superlativos. Em todo o período da pandemia, ou seja, entre março de 2020 e setembro de 2021, o volume de concessões chegou a R$ 7 trilhões.
“Ao contrário de outras crises, quando houve um recuo expressivo nas concessões, desta vez, mesmo com o forte aumento do risco nas operações de crédito e o momento extremamente desafiador e adverso, os bancos tiveram uma atuação fortemente proativa. O setor bancário, que nunca faltou ao país, desempenhou um papel fundamental, irrigando a economia e mitigando os impactos negativos da crise”, destaca Isaac.
No período de 16 de março a 31 de dezembro de 2020, o setor bancário renegociou cerca de 17 milhões de contratos, com um saldo devedor total de R$ 1 trilhão, enquanto a soma das parcelas suspensas dessas operações repactuadas totalizou quase R$ 150 bilhões. Esses valores trouxeram alívio financeiro imediato para empresas e consumidores, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações, sendo que a maioria dos beneficiados com prorrogação de parcelas foi representada por pequenas empresas e pessoas físicas (ao redor de R$ 80 bilhões).
De acordo com o Banco Central, as ações de enfrentamento à pandemia e o aumento das reestruturações de dívidas ajudaram a reduzir a inadimplência, que apresentou no período queda em todos os segmentos de renda da população.
A taxa média de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) do sistema convergiu para um patamar historicamente baixo, chegando a 2,9% aa em dezembro de 2020, nível que se encontra praticamente inalterado até setembro (3,0 % aa), e consideravelmente abaixo das taxas registradas nos meses anteriores à crise, quando superavam os 3,7% aa.
Mais tecnologia
A digitalização que vem transformando o sistema financeiro e a maneira como os serviços e produtos financeiros são ofertados aos seus clientes e usuários também contribuíram para ampliar o acesso e promover a inclusão financeira.
Ao longo das últimas três décadas, os bancos brasileiros estiveram na vanguarda da tecnologia bancária mundial. O setor introduziu importantes mudanças no dia a dia das pessoas, como o chip nos cartões de crédito, os tokens, a biometria, a internet banking e o mobile banking. Essas ferramentas foram incorporadas no cotidiano do cidadão e das empresas e hoje são tão comuns e fáceis como acender uma luz ou acessar a internet.
O Pix, criado pelo Banco Central, lançado durante a pandemia e que contou com o apoio irrestrito dos bancos na sua implementação, se destaca pelo potencial de democratizar o acesso a serviços de pagamento e alavancar a inclusão digital.
Os volumes significativos de transações e de adesões de clientes mostram a eficiência e grande aceitação popular do meio de pagamento, que trouxe conveniência e facilidades para os clientes em suas transações financeiras do dia a dia. Em 1 ano de existência, foram feitas 7 bilhões de transações com R$ 4 trilhões de volume financeiro. Até hoje, mais de 104,4 milhões de pessoas fizeram ou receberam pelo menos um Pix. Desde o lançamento do Pix, já são mais de 348,1 milhões de chaves cadastradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais do Banco Central.
O Pix tornou-se uma importante ferramenta para impulsionar a bancarização no país, trazendo novos clientes para o sistema financeiro. Adicionalmente, o Pix tem se mostrado uma importante oportunidade para o Brasil reduzir a necessidade do uso de dinheiro em espécie em transações comerciais e os altos custos de transporte e logística de cédulas, que totaliza cerca de R$ 10 bilhões ao ano.
“No Brasil, já fazíamos transferências de recursos, via TED e DOC, antes de muitos países desenvolvidos. As instituições financeiras criaram e universalizaram a tecnologia financeira no Brasil e se tornaram exemplo mundial. Ser digital, inovador e moderno, além de seguro, sempre esteve no DNA dos bancos”, destaca o presidente da FEBRABAN.
FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos
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