Brasileiros defendem endurecimento contra desmatamento ilegal, revela Observatório Febraban
Os brasileiros dão grande importância à preservação do meio ambiente, olham com muita preocupação a Amazônia e têm elevada consciência sobre a importância desse ecossistema para o país, a sociedade e sua própria vida. Mas também defendem a necessidade de conjugar o desenvolvimento e a preservação da Floresta como objetivo maior dos governos. Além disso, a maioria está descontente com as ações de preservação e querem maior punição a quem desmata. Essas são algumas das revelações do levantamento Observatório Febraban – pesquisa FEBRABAN-IPESPE, feita entre os dias 11 e 19 de agosto com 1,2 mil entrevistados de todas as regiões do país
Os brasileiros dão grande importância à preservação do meio ambiente, olham com muita preocupação a Amazônia e têm elevada consciência sobre a importância desse ecossistema para o país, a sociedade e sua própria vida. Mas também defendem a necessidade de conjugar o desenvolvimento e a preservação da Floresta como objetivo maior dos governos. Além disso, a maioria está descontente com as ações de preservação e querem maior punição a quem desmata.
Essas são algumas das revelações do levantamento Observatório Febraban – pesquisa FEBRABAN-IPESPE, feita entre os dias 11 e 19 de agosto com 1,2 mil entrevistados de todas as regiões do país. A pesquisa inova ao ter uma amostra complementar de 300 entrevistados representando a população adulta da Amazônia Legal (totalizando 456 entrevistados nesta região).
“Trata-se do mais amplo estudo das percepções, atitudes e valores dos brasileiros sobre a Amazônia, acrescentando-se o ineditismo da comparação entre o conjunto dos cidadãos do país e a população residente na Amazônia Legal”, diz Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN, que ressalta a relevância do tema. “A importância da preservação ambiental vem crescendo de modo significativo, ocupando lugar cada vez mais central na agenda pública.”
De acordo com o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, a pesquisa se insere no debate sobre a questão ambiental, que foi potencializado pelas sucessivas notícias sobre queimadas, ações de grileiros e madeireiras, conflitos entre indígenas e garimpeiros, sempre associados ao aumento do desmatamento ilegal. “Nesse contexto, o Observatório Febraban se debruça sobre a pauta da Amazônia, buscando mapear e compreender os avanços da consciência da sociedade brasileira a seu respeito, diz Antonio Lavareda.
Com divulgação mensal, o Observatório Febraban, pesquisa FEBRABAN-IPESPE, é parte de uma série de medidas da FEBRABAN para ampliar a aproximação dos bancos com a população e a economia real, de forma cada vez mais transparente.
Abaixo, seguem os principais resultados do levantamento:
Preservação do meio ambiente
Os brasileiros dão muita importância à preservação do meio ambiente: 74% dos entrevistados afirmam ter muito ou algum interesse por ecologia e meio ambiente. E a maior parte deles expressa a insatisfação com os esforços de preservação do meio ambiente no país: 78% se dizem pouco ou nada satisfeitos.
Consciência sobre a Amazônia
Chega perto dos 90% o percentual de entrevistados que se dizem preocupados com a preservação da Amazônia: com 55% de “muito preocupados” e 33% de “preocupados”. Paralelamente, 60% avaliam que a Floresta Amazônica é o ecossistema mais ameaçado do país. Em segundo lugar, a Mata Atlântica tem 11% de menções.
Importância da Amazônia
Destaque do levantamento é a percepção de relevância da Amazônia, tanto para o país, como para as pessoas individualmente e suas famílias: 77% dos entrevistados consideraram a Amazônia “muito importante” para o Brasil, e 72%, para a sua vida e de sua família. Na mesma linha, é quase absoluta a concordância com a ideia de que a preservação da Amazônia é essencial para a identidade nacional (94%).
Quem melhor preserva a floresta
Entre os destaques de desempenho positivo na preservação da Amazônia estão as Lideranças Indígenas, com 73% de aprovação, e o Exército brasileiro, com 69%. Seguem-se em terceiro lugar as Igrejas, com 62%. A aprovação ao desempenho do Governo Federal é de 50%, superior à aprovação do Judiciário (47%) e, principalmente, dos governos estaduais (44%).
Esforços insuficientes para preservação
É elevado o nível de descontentamento com os esforços para preservar a Amazônia: 83% se dizem pouco ou nada satisfeitos. Governo e madeireiros se igualam no quesito “muita responsabilidade” quando ao desmatamento ilegal da região, com 70% e 69% de índice. Na sequência, os governos estaduais são “muito” responsabilizados por 67%, fazendeiros (66%) e garimpeiros (65%).
Problemas da Amazônia
Para a maioria dos entrevistados, a população da região enfrenta seus maiores problemas em três áreas: na preservação da Floresta (22%), na Saúde (17%) e na falta de atenção aos indígenas (16%). Outras questões, embora frequentem o noticiário nacional, parecem ter menor relevância aos olhos da opinião pública, como a regularização fundiária (6%) e a segurança do transporte fluvial (2%).
Consequências do desmatamento
Sobre as consequências do desmatamento, a ameaça à biodiversidade é considerada a mais grave deles (34%), seguida das mudanças climáticas em geral (25%). A alteração do regime de chuvas no Brasil é o efeito nocivo mais relevante para 11% dos pesquisados. Danos à imagem do Brasil no Exterior (11%) aparecem com maior relevância que o receio de fuga de investimentos (6%).
Punição maior ao desmatamento ilegal e ao garimpo
A grande preocupação com a Floresta explica o apoio ao endurecimento das punições pelo desmatamento da Amazônia (83%). Mais expressiva ainda é a rejeição à autorização das atividades de garimpo dentro das reservas indígenas (86%).
Manutenção das reservas indígenas
Mais de dois terços (67%) são contrários à redução das reservas indígenas na Amazônia. A preocupação com os indígenas é acompanhada pelo reconhecimento por parte de 58% dos entrevistados de que têm pouco ou nenhum conhecimento sobre a vida e a situação dos povos indígenas, enquanto 35% afirmam ter conhecimento médio.
Pressão internacional
O interesse internacional sobre a região amazônica é assunto controverso. A maioria concorda com o direito de pressão da comunidade internacional pela preservação da Floresta (54%) considerando ser “uma questão que afeta o mundo inteiro”. No entanto, é significativa a parcela dos que defendem a prevalência da soberania nacional (41%).
Brasileiro conhece Amazônia pela TV
A imagem da Amazônia junto aos brasileiros é rica, forte, carregada de valores e de emoções. Porém, ela é formada à distância: 86% dos entrevistados das outras regiões nunca viajaram para os estados da Amazônia, e 89% não tiveram oportunidade de conhecer presencialmente a Floresta. Apenas 21% considerem-na bem integrada ao país.
Avaliação local e a nacional
O Observatório Febraban ouviu também representantes da população dos estados da Amazônia Legal, permitindo a comparação das tendências de opinião nacional e local. Há convergência nas atitudes e valores em relação à preservação da Amazônia e sua importância para o País e à vida pessoal. Também são assemelhados os resultados relativos à soberania nacional e aos interesses internacionais.
Já as diferenças ocorrem em temas sobre os quais a população local tem mais conhecimento e experiência. O conhecimento da Floresta é consideravelmente mais elevado entre os moradores da região do que no restante do país (52% > 11%), porém, ainda assim quase a metade dos moradores da região (48%) nunca a visitou.
É possível identificar uma visão menos pessimista entre esse público sobre a evolução da preservação da Amazônia: para 22% dele, houve uma melhora ao longo dos últimos anos, (na amostra nacional é 12%). Do mesmo modo, ainda que seja igualmente elevada, a opinião sobre o aumento do desmatamento 71% está seis pontos percentuais abaixo do score registrado no País como um todo (77%).
A íntegra do terceiro levantamento Observatório FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-IPESPE pode ser acessada neste link.
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