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22/04/2021

Mais de 20% do crédito concedido em 2020 foi destinado para Economia Verde

Também foram mapeados os volumes de crédito para setores com maior exposição aos riscos ambientais e decorrentes das mudanças climáticas

De cada cinco reais emprestados pelos bancos para clientes pessoa jurídica em 2020, mais de um real foi direcionado para empresas relacionadas com Economia Verde. Dos R$ 1,73 tri do saldo da carteira de crédito para clientes PJ em dezembro de 2020, foram utilizados R$ 376 bilhões em operações destinadas a atividades classificadas como Economia Verde de acordo com a metodologia desenvolvida pela FEBRABAN. Esses valores, do Sistema de Informações de Crédito (SCR) do Banco Central (BC), equivalem a 21,75% do montante, patamar semelhante ao verificado em 2019, que chegou a 22,48%.

Os dados fazem parte do relatório “Sustentabilidade e Mudanças Climáticas:

recursos intermediados pelo setor bancário no Brasil” elaborado pela FEBRABABAN com apoio do departamento de Economia da PUC-Rio. O levantamento é resultado da aplicação da nova metodologia de classificação das operações de crédito, concluída no final de 2020.

Os bancos terão agora novos instrumentos para desenvolver estratégias para aumentar ainda mais a participação de setores relacionados à Economia Verde em suas carteiras de crédito. Essa classificação foi desenvolvida inicialmente pela Federação em 2015 para mensurar a alocação de recursos financeiros em atividades ligadas à redução da emissão de carbono, eficiência no uso de recursos naturais e inclusão social.

“Precisamos aumentar ainda mais a participação da economia verde nas carteiras de crédito dos bancos. A revisão da metodologia é um passo importante nesse sentido. Seus resultados podem ser utilizados para direcionar fluxos de capitais para as atividades com maior contribuição socioambiental, formular estratégias para gerir riscos associados às mudanças climáticas e identificar novas oportunidades de negócios”, afirma Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.

O relatório também passou a levantar o volume de crédito concedido a setores que, pela natureza das atividades, têm maior exposição ao risco ambiental. Essas operações representaram 43,6% do saldo da carteira de crédito a pessoas jurídicas em dezembro de 2020, totalizando R$ 754,2 bilhões.

Além disso, começam a ser mapeadas as operações destinadas a atividades com maior exposição aos riscos físicos e de transição associados às mudanças climáticas. Elas representaram 53,29% do saldo da carteira de crédito para clientes PJ em dezembro de 2020.

Em função das características de algumas atividades, pode haver sobreposição entre as categorias mapeadas. A conservação de florestas, por exemplo, contribui para a Economia Verde, mas também está sujeita aos riscos físicos das mudanças climáticas.

“Além disso, em alguns casos não é possível enquadrar os setores com precisão pois a base da metodologia, a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), nem sempre permite qualificar a atividade a ponto de determinar sua classificação” explica Amaury Oliva, diretor de Sustentabilidade da FEBRABAN. “É o caso da geração de energia, que pode ou não ser advinda de fonte renovável. Estamos continuamente buscando formas de superar estas limitações”, ele completa. 

Nova metodologia

Desenvolvida com o apoio técnico da SITAWI, a nova metodologia Verde da FEBRABAN representa uma evolução significativa em relação à criada em 2015. Ela incorporou diversas referências internacionais, como a Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), do Finacial Stability Board (FSB), a classificação da União Europeia, os Climate Bonds Standards e os Social Bond Principles.

Desde 2015, a FEBRABAN utiliza a CNAE como base de análise, uma vez que todas as operações de crédito para pessoa jurídica feitas no país estão associadas a pelo menos uma dessas classificações. Os dados são calculados a partir das subclasses da Classificação Nacional para que se avalie de forma mais precisa a destinação dos recursos.  

O método anterior dividia as operações em duas categorias: Economia Verde e Setores Potencialmente Causadores de Impacto Ambiental. Na nova metodologia, o segundo grupo foi rebatizado para “Exposição ao Risco Ambiental”. A mudança de nomenclatura facilita a comunicação do real objetivo desta modalidade: fornecer informações que apoiem uma gestão de risco adequada por parte dos bancos, compatível com a exposição a determinados riscos. Além disso, foi criada uma terceira categoria: Exposição às Mudanças Climáticas.

Outra mudança importante trazida pela nova classificação é a abrangência da análise. Com o apoio do Banco Central foi possível ampliar a base de dados classificada e incluir todas as operações de crédito PJ registradas no Sistema de Informações de Crédito (SCR). A metodologia inicial, desenvolvida em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), consolidava as informações enviadas por bancos que aderiam voluntariamente à iniciativa e representavam cerca de 86% do mercado de crédito para clientes PJ. O uso do conjunto de dados do SCR também permitiu à FEBRBAN avaliar a distribuição geográfica das operações classificadas em cada categoria.

Para o presidente da FEBRABAN, Isaac Sidney, a revisão na forma de classificar as operações de crédito aproxima o setor bancário brasileiro das melhores práticas internacionais e alinha a atuação das instituições financeiras nacionais a iniciativas como o Acordo de Paris e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Além de contribuir para o avanço da agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança, na sigla em inglês) no setor financeiro.

“Não temos a intenção de definir uma Taxonomia Verde para o Brasil. Nosso objetivo é acompanhar os fluxos de crédito sob o olhar socioambiental, com uma visão de carteira, que pode ser posteriormente aprofundada. No entanto, é importante dar transparência ao trabalho, inclusive para que possa ser adaptado para uso por outros agentes do mercado.”

O relatório na íntegra e o guia explicando a nova metodologia de classificação de operações de crédito estão disponíveis neste link.

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