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24/04/2017

FEBRABAN conquista prêmio Green Bond Awards 2017

A FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos, juntamente com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), ganhou o prêmio Green Bond Awards 2017, na categoria Iniciativas do Ano, pelo lançamento, em outubro de 2016, do Guia de Emissão de Títulos Verdes​. O anúncio dos vencedores foi feito no início de abril.   

O guia traz diretrizes para facilitar a ampliar do mercado brasileiro para os chamados “títulos verdes”, que financiam atividades com potencial de redução da emissão de gases com efeito estufa. Didático, o material explica como estabelecer o vínculo entre a atividade a ser financiada e as ações contra o aquecimento global, como rotular esse “vínculo verde”, quais critérios precisam ser cumpridos para a emissão e como monitorar a aplicação dos recursos

A publicação do CEBDS e FEBRABAN também identificou setores no País com maior potencial de desenvolvimento de títulos verdes e aponta o agronegócio e a silvicultura como duas áreas onde o país tem forte potencial devido ao Plano de Agricultura de Baixo Carbono, que visa recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2020.

A Federação acredita que este ano, com a melhora da atividade econômica, haverá nova ênfase na colaboração entre o governo e o setor privado, que beneficiará o mercado de títulos verdes. "Em 2017, nossa esperança é iniciar um novo ciclo de desenvolvimento", diz Mario Sergio de Vasconcelos, diretor de relações institucionais da FEBRABAN. "Portanto, há um tremendo esforço entre o governo e iniciativas privadas para abrir o mercado e o setor financeiro à infraestrutura, projetos de financiamento verde e títulos verdes".

Uma brasileira entre as 10 mulheres “outstanding” em sustentabilidade

Linda Murasawa, superintendente executiva do Santander Brasil e diretora setorial da FEBRABAN, foi escolhida pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) para integrar o grupo das 10 mulheres “outstanding” do mundo por suas contribuições para a sustentabilidade. Organização com atuação global, o WBCSD reúne CEOs de mais de 200 empresas líderes que desenvolvem trabalhos visando a transição para um mundo mais sustentável.

Uma das mais respeitadas especialistas em sustentabilidade no País, Linda foi indicada pelo Grupo Santander, da Espanha, para concorrer à escolha das top ten, em reconhecimento à sua persistente atuação na área. Ela trabalhou em grandes empresas como IBM, Villares / Hitachi, Banco Nacional / Unibanco, até chegar em 2001 ao Banco ABN AMRO REAL – adquirido pelo Grupo Santander em 1998 – para fazer parte de um grupo criado pelo então presidente Fabio Barbosa com o objetivo de desenvolver iniciativas voltadas a questões socioambientais.  Seu foco era a área de produtos   –  financiamento de varejo e atacado, mercado de capitais, entre outros. 

Em 2008, Linda ampliou o escopo sob sua responsabilidade, assumindo uma atuação mais institucional, que passou a incluir as áreas de suportes, fornecedores, funcionários e acionistas. “A função é atender todo o banco dentro do conceito da sustentabilidade e apoiar essa estratégia global do Santander”, afirma.

Há 16 anos disseminando os conceitos de sustentabilidade no mundo corporativo, a executiva avalia que há várias oportunidades de negócios para os bancos relacionadas ao tema, desde o direcionamento de financiamentos para projetos de energias renováveis, o uso de tecnologias de baixo carbono, até o desenvolvimento de produtos que criem a acessibilidade. “Esse é o papel de um banco. Contribuir para que o capital seja alocado para reduzir os gaps sociais na área de transporte público e educação, por exemplo, promovendo a inclusão e contribuindo para o desenvolvimento econômico do País. ” 

De acordo com ela, “uma empresa sustentável precisa levar em conta questões sociais, ambientais, econômicas e de governança. Uma companhia comprometida com a sustentabilidade toma qualquer decisão pensando no equilíbrio dessas variáveis”.

Top Ten

“Foi uma grata surpresa”, resume Linda, ao falar do resultado anunciado pelo WBCSD no início de março para integrar o grupo das líderes na área de sustentabilidade. O Santander emprega 180 mil funcionários em todo o mundo, dos quais mais de 50% são mulheres. No Brasil, o percentual chega a 60% de um total de 47 mil funcionários. “Eu já estava super feliz com a indicação do Banco. É o reconhecimento mundial de um trabalho, feito aqui no Brasil, de uma equipe que eu represento”, afirmou.

Além de head da área de Sustentabilidade do Santander Brasil, Linda é diretora da Comissão de Responsabilidade Socioambiental e Sustentabilidade da FEBRABAN e membro dos seguintes Comitês: Santander Asset Management Fundos Éticos,  de Sustentabilidade da Câmara Americana   e Comissão de Sustentabilidade Brasil-Espanha. Em 2017, foi convidada a contribuir como conselheira do  Climate Lab Innovation - Brasil / EUA e do Programa Governamental Brasileiro para Agricultura de Baixo Carbono.

Sobre o futuro, Linda diz que entre seus desafios está o desenvolvimento de ferramentas que permitam aumentar a escala dos negócios sustentáveis. “Tínhamos um rating que só olhava para a parte econômica das empresas. Hoje, já é possível desenvolver modelagens para incluir a questão da sustentabilidade nas análises”, explica a executiva. “Isso é importante para permitir que as ações ganhem escala”.

Sobre o risco de retrocesso dos acordos climáticos já estabelecidos e como isso afetaria o trabalho das IFs em relação a sustentabilidade, Linda é otimista: “192 países assinaram o Acordo do Clima de Paris (COP 21), - e 141 já ratificaram seus termos na ONU, inclusive os Estados Unidos”, lembra. “É claro que pode haver variações de direcionamento em relação ao que foi acordado, mas muitos países já estão trabalhando na sua implementação, inclusive o Brasil. ”

 

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